13 de outubro de 2009

DOCE LAR




Estranho.
Como assim, tão de repente, me ameaça de voltar? Dias de ignorância, noites de rejeição. Anos de desprezo e vem bater à minha porta, agora, pedindo para entrar?
Bate. E bate forte. Cada vez mais forte.
Corte.

Estranho-a.
Diz-me então. Por acaso. Lembra bem o quanto sou difícil de lidar? Dias de alegria, noites de aflição. Lembra de quantas e quantas vezes deixamos outros a chorar?
Não. Não é acaso. É claro.
Ocaso.

Não é mais claro. Nada é mais claro.
O crepúsculo das minhas certezas me confunde. Você me confunde.
Sem rosto. Sem nome. Sem cautela.
Sem prudência. Minha Querida Prudência que, finalmente, sai para brincar.
Ninguém lhe conhece. Apenas eu. Só e somente eu.

Estranho-me.
Você me confunde.
E se funde. A mim. Aos meus dias, às minhas noites, à minha porta.
Nossa porta.
Bata à nossa porta. Forte. Mais forte.
Bata e me faça lembrar. Calar. Olhar.
Como é bom lembrar.

Não sei se a quero. Só sei que quero.
Você. Minha infiel companheira. Minha mais seca lamúria.
Recém desperta.
Angústia.

Um comentário:

Unknown disse...

Isso faz parte de todos nós, acontece que ela aumenta conforme nossos obstáculos parecem diminuir