17 de março de 2010

SHALL WE ALL GO TO MONTAUK?


O quanto dos nossos encontros em vida é realmente fruto do acaso?

Bem. Antes de tudo, falo daqueles encontros com jeito de atropelamento.
Aqueles que nos jogam pro alto com a mesmíssima violência que nos fazem cair.
Avarias não mostradas na lataria, mas carregadas eternamente na lembrança.
Agradável sensação de flutuar. Esquisita de perder o chão. Dolorosa de se levantar.

Encontros e reencontros.
Serão mesmo meros eventos aleatórios?
Será que não conspiramos?
A cada dia. A cada noite. A cada fala. A cada verso.
Será?

Será que não é nosso instinto suicida que nos guia até eles?
Será que não somos nós, e só nós, na nossa nem tão inocente inconsciência, que escolhemos viver os mais deliciosos acidentes de nossa existência?

Livre arbítrio.
O maior dos presentes. O maior dos medos?





GONDRY MEETS PETRUCCI

13 de março de 2010

À SUICIDA HOMEOPÁTICA


Quando insurgirás à própria rotina?
Por que insistes em culpar teu entorno quando o verdadeiro criminoso te trucida de dentro para fora?
Essa mania idiota de acusá-lo enquanto usas disfarçado sossego ante a acomodação em cima da bengala.

Minha certeza?
Uma. Tua parceira ainda enverga.

Diga-me. Aliás, a ti.
Por que continuas infiel a quem deves o maior dos respeitos?
Essa postura covarde de deitar no colo da inércia enquanto sentes pena de ti mesma.

Meu levante?
Explico. Suicídio assistido não faz meu estilo.

Não finjas cair na inocência de julgá-lo responsável.
O maldito não é nosso, e tu bem sabes.
É teu. Teu é só teu, porque assim escolheste enxergá-lo.

Se não suportas o que vês, assume teu papel.
Assina essa obra. Reescreve teu mundo.
E a esse prólogo, licença às virgulas e ponto final.