18 de janeiro de 2010

DESPE TUA CAPA, SUPEREGO


Em minha boca, um desenho sobre a vida.
Na tua, o silêncio que ensurdece.
Em meu olhar, algo que não se verbaliza.
No teu, a essência flui e te enobrece.

Inunda.
Banha o ombro dessa alma nua.
Lava comigo essa realidade imunda.
Aproveita o que, hoje, ainda é só um encosto.
E me mostra o verdadeiro contorno do teu rosto.

Descubra.
Sente a beleza de te quedar desnuda.
Desiste de tentar secar o que te faz pura.
Enterra esse sorriso morto.
E renasce como no dia do teu primeiro choro.

Vive.
E pra isso, morre.
Vibra.
E pra isso, sofre.
Sorri.
E pra isso, chora.

E pra entenderes o que te fará amar,
Lê esse verso subliminar no meu olhar.

10 de janeiro de 2010

ENFIM, SINTONIA



Doída.
A madrugada cai doída.
Por que tanta espera pra te falar em poesia?

Sonhei contigo há pouco.
Um abraço de despedida.
Dividindo-nos, adivinha:
Um par de lágrimas contidas.

Ta. É mentira.
Já não eram mais contidas.
Indecisas?
Sim. Indecisas.
Não. Não mais as minhas.

Por que tanto carinho guardado pra partida?
Seria o tempo nos sublimando em agonia?

A madrugada cai doída.
Ou melhor, caía.

É, meu bem.
Gargalhemos da ironia.
Afinal, o despertar também será a melhor hora do meu dia.