17 de março de 2010

SHALL WE ALL GO TO MONTAUK?


O quanto dos nossos encontros em vida é realmente fruto do acaso?

Bem. Antes de tudo, falo daqueles encontros com jeito de atropelamento.
Aqueles que nos jogam pro alto com a mesmíssima violência que nos fazem cair.
Avarias não mostradas na lataria, mas carregadas eternamente na lembrança.
Agradável sensação de flutuar. Esquisita de perder o chão. Dolorosa de se levantar.

Encontros e reencontros.
Serão mesmo meros eventos aleatórios?
Será que não conspiramos?
A cada dia. A cada noite. A cada fala. A cada verso.
Será?

Será que não é nosso instinto suicida que nos guia até eles?
Será que não somos nós, e só nós, na nossa nem tão inocente inconsciência, que escolhemos viver os mais deliciosos acidentes de nossa existência?

Livre arbítrio.
O maior dos presentes. O maior dos medos?





GONDRY MEETS PETRUCCI

6 comentários:

Unknown disse...

Porr*, João!!

Mas o pior é aquele atropelamento que poderia ser evitado. Você sabe que deveria atravessar a passarela, porém se arrisca à cruzar a pista. Uma coisa meio Suicidal Tendencies.

Obs.: Cara, você assistiu o filme há pouco? Lembro que o maior sacode que tomei foi durante uma seqüência em que alguém lê um poema, onde eles assistem uma parada de rua, com elefantes.

Unknown disse...

"How happy is the blameless vestal's lot! / The world forgetting, by the world forgot / Eternal sunshine of the spotless mind! / Each pray'r accepted, and each wish resign'd."

Cristiane disse...

Brilho eterno de uma mente COM lembranças.
Instinto suicida? Ânsia de viver.
Montauk? Controle? Propósito. Vontade.
Lágrimas e um sorriso.

Priscila Lima disse...

as vezes parece difícil não viver de lembranças, deixar os términos (as pausas) um pouco soltas pra buscar coisas novas. será? será que é possível esquecer? será que é necessário? tenho sentido medo de alguns possíveis reencontros, com data marcada, com cidade certa... mas sem a menor idéia do que pode acontecer? dependendo do que acontecer.. vou voltar a acreditar que alguns sentimentos não nos abandonam nunca (algumas pessoas). =)

bom conhecer esse espaço.

Felipe Franciss disse...

Você acredita em livre arbitrio? Já pensou em como toda e qualquer decisão que tomamos segue um determinado conjunto de parametros e regras que estão "gravadas" na nossa cabeça? Como se fosse uma equação que determina a sua reação a todo e qualquer evento possível. Quem formula essa equação? Você mesmo? Será possível? Pra pensar...

João Paulo Sá disse...

Antes de tudo, uma observação: seu comentário acabou de me remeter a Orwell, 1984...

Obviamente, nossa "equação" ou nosso modelo de reação a estímulos da vida não nasceu conosco. Foi moldado. Todos nós somos um conjunto de referências e experiências vividas. Muitas dessas referências são sim empurradas pelos canhões de mídia da comunicação de massa e por outros agentes de propagação da cultura que nos norteiam. Chegam reativamente. Outros tantos, a partir da curiosidade de cada um. Da busca. Que é maior ou menor também em função da “equação” de cada um naquele momento.

Esse grande caldeirão de informações é misturado e remisturado a todo momento. Ou seja, nossa “equação” está sempre em mutação. Sempre.

Apesar de, em maior ou menor escala, totalitários governos-culturas-tribos-empregadores-pais-etc-e-tal desejarem programar uma mente, eles não conseguem totalmente. É o que nos difere das máquinas. Somos dotados de um tipo de especificidade que nos faz pensar, raciocinar, refletir e decidir. E, durante esse processo, principalmente, sentir.

O que quero dizer é que o processo de decisão pode variar e sempre será pautado em referências e mesmo em decisões prévias. Mas, o temos em mãos. E isso assusta.

Quando falo “Livre arbítrio. O maior dos presentes. O maior dos medos?”, estou provocando justamente aqueles que temem as conseqüências de algumas tomadas de decisão. Ou seja, todos nós.

Por isso, muitas vezes, atribuímos ao acaso (ou aos totalitários governos-culturas-tribos-empregadores-pais-etc-e-tal ) a culpa por determinados acontecimentos. Quando na verdade, deveríamos assumir a responsabilidade por uma real escolha de nossos caminhos.