28 de junho de 2013

17 DE JUNHO DE 2013

Que maravilhoso ver as tentativas frustradas de todo e qualquer partido político desse país em se apropriar do movimento. Vê-lo sem um líder é das coisas que me dá mais prazer nesse momento. Mais cedo ou mais tarde, algum certamente surgirá. Mas, que essa liderança não seja tomada por um canalha com outras aspirações. Vimos isso em 85, vimos isso em 92. E a corja ainda está aí, mais presente do que nunca.

Que triste ver gente que ainda não percebeu a importância histórica dessa entropia social, do potencial absurdo que existe nessa energia em ebulição. Movimentos não nascem prontos. Nossa democracia (negociada) não nasceu pronta há 28 anos. Vem se moldando, se aperfeiçoando. E, não perceber a evolução que esse próprio movimento já teve em apenas uma semana, é não enxergar mais do que um palmo à frente do nariz.

Que imbecilidades como “vocês já viram revolução sem destruição?” não sejam mal interpretadas ou mal proferidas. Não confundam destruição com vandalismo. A destruição deve ser de paradigmas, do status quo, não do meu, do seu, do nosso patrimônio público, idiotas. Há décadas atrás, um indiano nos mostrou que uma revolução pacífica é mais do que possível. É mais forte e duradoura, pois ela transforma de dentro pra fora. Transforma mentes, comportamentos.

Que a evolução do movimento continue. Que, agora, canalizemos nossas energias, nosso protesto a questões tangíveis. Primeiro, que a corja não tenha a coragem de aprovar a PEC37 no fim desse mês, dando uma prova que esse não pode ser mais o país da impunidade. Depois, a próxima. E assim por diante.

Que, em paralelo a isso, entre de uma vez por todas nas nossas cabeças que o maior passo será dado com a Reforma Política. É preciso de informação e muito debate até isso acontecer. Mas que esse assunto entre definitivamente no dia a dia do brasileiro.

E, principalmente, que a revolução não seja encarada apenas como uma mudança do comportamento dos nossos governantes. Que ela se estenda aos atos cotidianos de cada um de nós. Que seja uma revolução de costumes, uma revolução cultural. Que o brasileiro entenda que dar propina a policial ou a fiscal de qualquer merda é crime. Que falsificar carteirinha de estudante é crime. Que furar toda e qualquer fila é uma canalhice com o próximo. Que fechar cruzamento com seu carro pelo motivo que for é sua contribuição para o caos urbano.

É preciso sentir vergonha do jeitinho brasileiro. É preciso entender, cidadão, que o seu “pequeno” crime ou sua “pequena” canalhice não é diferente do “grande” crime ou da “grande” canalhice do seu governante. Essa é apenas uma questão de acesso.

Provemos que o Brasil pode ser um país diferente quando colocarmos o pé na rua desse dia 18 de junho de 2013.

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